sexta-feira, 18 de março de 2011

Qual o papel do professor em conflitos fora da sala de aula?

O professor é um exemplo fundamental de pessoa que não resolve conflitos com a violência. Não adianta, porém, pensar que o bullying só é problema dos educadores quando ocorre do portão para dentro. É dever da escola construir uma comunidade na qual todas as relações são respeitosas.

O que fazer na sala de aula quando se identifica um caso de bullying?

Ao surgir uma situação na sala, a intervenção deve ser imediata. "Se algo ocorre e o professor se cala ou até mesmo dá uma gargalhada por causa de uma piada ou de um comentário, vai pelo caminho errado. Ele deve ser o primeiro a mostrar respeito e dar o exemplo", diz Aramis Lopes Neto, presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O professor pode identificar os actores do bullying: autores, espectadores e alvos. Claro que existem as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. Mas é necessário saber a diferença entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o pediatra Lauro Monteiro Filho.
Conselhos de uns especialistas:
 -Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por meio de conversas, campanhas de incentivo à paz e à tolerância, trabalhos didáticos, como actividades de cooperação e interpretação de diferentes papéis num conflito;
- Desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos;
- Quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente a direcção da escola.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Existe diferença entre o bullying praticado por rapazes e raparigas?

No geral, as acções dos rapazes são mais expansivas e agressivas, portanto, mais fáceis de identificar. Eles dão pontapés, gritam, empurram e batem. Já as acções das raparigas  apresentam-se de forma mais oculta. As manifestações entre elas podem ser boatos, olhares, sussurros e exclusão. "As raparigas raramente dizem por que fazem isso. Quem sofre não sabe o motivo e se sente culpada", explica a pesquisadora norte-americana Rachel Simmons, especialista em Bullying feminino. 
Ela diz que as raparigas agem dessa maneira porque todas as pessoas esperam que sejam boazinhas, obedientes e sempre pacientes. Para demonstrar qualquer sentimento contrário, elas utilizam meios mais discretos, mas não menos prejudiciais.  "É preciso reconhecer que as garotas também sentem raiva. A agressividade é natural no ser humano, mas elas são forçadas a encontrar outros meios - além dos físicos - para se expressar", diz Rachel.

O que é pior: o bullying com agressão física ou o bullying com agressão moral?

Ambas as agressões (físicas e morais) são graves e têm danos terríveis no alvo do Bullying. Por ter consequências imediatas e facilmente visíveis, a violência física muitas vezes é considerada mais grave do que uma ofensa verbal ou que comentar algo que não lhes diz respeito! 
" A dificuldade que a escola encontra é justamente porque o professor também vê uma blusa rasgada ou um material roubado como algo concreto. Não percebe que à uma exclusão, por exemplo, é tão dolorosa quanto ou até mais", explica Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os jovens também podem repetir esse mesmo raciocínio e a escola deve permanecer alerta aos comportamentos moralmente abusivos.